Existe turismo acessível no Brasil? Tire suas dúvidas no post!
Dicas de viagem

Existe turismo acessível no Brasil? Tire suas dúvidas no post!

Viajar é uma das melhores experiências para vivenciar novos lugares, fazer amizades, fugir da correria do dia a dia e construir uma nova percepção de mundo. Pois saiba que o turismo acessível também pode proporcionar momentos incríveis e férias sem preocupações.

Gradualmente, o Brasil tem investido em projetos a fim de oferecer maior acessibilidade aos seus viajantes. Os destinos turísticos estão cada vez mais preparados e com estruturas adaptadas para receber pessoas com deficiência física, assim como o transporte e os hotéis. E quem sai ganhando com o incentivo às viagens de inclusão somos eu e você.

Para mostrar que existem lugares com acessibilidade para turistas deficientes, vou compartilhar insights de transporte, hospedagem, planejamento e destinos para incluir no roteiro. Quer saber mais? Então, embarque nessa viagem comigo.

Como obter dicas para turismo acessível?

A ideia de turismo acessível não é nova e veio, inclusive, antes dos anos 2000. Foi nessa época que os destinos turísticos começaram a pensar em adaptação para receber todos os tipos de turistas. Desde cadeirantes até deficientes visuais e auditivos, com obesidade ou alguma limitação de movimento, além de idosos.

Vale ressaltar que a adaptação não se limita apenas a atrações turísticas, mas leva em conta também a mobilidade — transporte público e avião — e hospedagem. O mais importante é que as pessoas se sintam confortáveis enquanto viajam, em todos os sentidos.

O tema tem ganhado tanta relevância no Brasil, que até conta com uma cartilha, o Guia do Turismo Acessível. Você conhece? Pois eu vou apresentá-lo aqui com mais detalhes, já que é uma das principais fontes de acesso aos lugares preparados para receber você.

O guia, que também pode ser acessado via app por celular ou tablet, faz parte do Programa Turismo Acessível, do Ministério do Turismo. É um documento colaborativo com dicas de atrativos para quem tem deficiência física ou motora, auditiva, visual ou mobilidade reduzida. E traz dicas de:

  • hospedagem;
  • alimentação;
  • eventos e lazer;
  • museus e atrativos históricos;
  • parques e zoológicos;
  • praias;
  • compras.

Todo mundo que viaja pode colaborar e ajudar a avaliar os lugares que conhece, assim como o grau de acessibilidade de cada um. Buscar comentários e críticas em sites de viagens, além de avaliações de hotéis, também é uma ótima forma de se preparar. Por fim, órgãos como Organização dos Advogados do Brasil (OAB) e Procon servem como auxílio para tirar dúvidas e para que você conheça seus direitos.

É possível viajar com cadeiras de rodas no avião?

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) possui a resolução 280/2013, que trata dos direitos de passageiros com necessidade de assistência especial (PNAE). Além de quem tem alguma deficiência ou mobilidade reduzida, entram também idosos, gestantes, lactantes e viajantes com crianças de colo.

Vou falar mais especificamente sobre os passageiros que viajam com cadeiras de rodas. Pois as companhias aéreas permitem o transporte, cada uma com seu próprio procedimento. É preciso informar peso, tamanho, se é dobrável, além do tipo de movimentação.

Se a cadeira de rodas exceder o tamanho permitido para a livre circulação na aeronave ou for motorizada, é transportada como bagagem despachada, de forma gratuita. Algumas empresas podem adotar medidas de segurança adicionais ou recusar. Por isso, é bom se informar antes para evitar imprevistos.

De qualquer forma, a companhia aérea deve oferecer uma cadeira de rodas adequada para que você se movimente pelo aeroporto e a bordo do avião, desde o check-in até o momento do desembarque ou durante conexões.

Todos os hotéis têm quartos adaptados?

Além do transporte, outra preocupação do turismo acessível é com a reserva da hospedagem. Afinal, avaliar o hotel e escolher uma opção com boa acessibilidade demanda um pouco de pesquisa, além de algumas considerações que devem ser levadas em conta na hora como:

  • verifique se o hotel tem tudo que você precisa;
  • entre em contato com as acomodações para pedir mais detalhes sobre a acessibilidade dos quartos, dos banheiros, das áreas comuns e da recepção;
  • confira se não tem degraus na entrada e nas áreas que vai frequentar;
  • pesquise mais sobre a localização da hospedagem, se o acesso é fácil e se tem farmácias, restaurantes e comércio nos arredores, além de transporte público.

Cada detalhe conta na hora de fazer a reserva, não é mesmo? O hotel faz parte da experiência de viagem. Por isso, lembre-se de que o mais importante é prezar pelo seu conforto e pela sua segurança. Dessa forma, você poderá aproveitar o destino sem preocupações, como deve ser.

Quais os melhores destinos no Brasil para deficientes físicos?

Quando comparado a países da América Latina, o Brasil sai na frente com destinos turísticos que oferecem acessibilidade para seus visitantes. Aqui nem todos os destinos estão preparados ainda, mas aos poucos, cada vez mais cidades começam a levar o turismo acessível em conta. Vou compartilhar uma lista com lugares que têm a estrutura adequada, ou em evolução, para receber viajantes como você.

Porto de Galinhas (PE)

Já pensou curtir as praias do Nordeste? Pois a região conta com opções bem acessíveis. Uma delas é Porto de Galinhas, em Pernambuco, com o projeto Praias Sem Barreiras. O objetivo é possibilitar banhos de mar e pelas piscinas naturais por meio de esteiras de acesso do calçadão até a areia, além de cadeiras anfíbias para mergulho.

Bonito (MS)

Conhecida como a capital do ecoturismo, Bonito é uma das cidades turísticas mais famosas do Mato Grosso do Sul e conta com diversas atrações adaptadas. Se você tem um espírito mais aventureiro, pode aproveitar atividades como rapel, flutuação nos rios e até rafting. Sem contar a própria acessibilidade da cidade com faixas de sinalização e rampas de acesso.

Rio de Janeiro (RJ)

As praias da orla carioca se mobilizam desde 2008 em prol do turismo acessível. O projeto Praia para Todos tem como principal objetivo oferecer a infraestrutura necessária para pessoas com deficiência física ou alguma restrição de locomoção. Uma das maiores referências é a Praia de Copacabana, com atividades como frescobol e stand up paddle.

Ilha Bela (SP)

Sabia que o destino conta com uma equipe de profissionais, que fica à disposição de turistas com dificuldade de locomoção? O projeto vem de uma parceria da prefeitura de Ilha Bela e do governo do estado de São Paulo. Praias como Perequê, Curral, Bonete e Castelhano, entre outras, têm o auxílio diário de guarda-vidas para acompanhar os turistas nos banhos de mar.

Foz do Iguaçu (PR)

O destino turístico que fica na fronteira com o Paraguai também entra na lista de lugares que colocam a acessibilidade como prioridade. Foz do Iguaçu, no Paraná, dispõe de acesso para cadeirantes em todas as passarelas do Parque Nacional, onde estão as Cataratas do Iguaçu. Além de ser um dos passeios mais tradicionais, turistas também podem saltar de paraquedas.

Balneário Camboriú (SC)

Para fechar a lista com alguns dos principais destinos de uma viagem de inclusão, uma das praias mais famosas de Santa Catarina: Balneário Camboriú. O Parque Unipraias possui vias acessíveis e bondinhos adaptados para receber visitantes. Além disso, tem o projeto Rodas na Areia, com o intuito de criar uma área com profissionais preparados para o turismo acessível.

Como planejar uma viagem acessível?

Assim como toda e qualquer viagem, a principal dica que deixo para você é sobre o planejamento. É a etapa mais importante do roteiro, porque inclui pesquisa sobre os destinos turísticos e suas atrações, transporte, hospedagem, seguro viagem, orçamento. Enfim, tudo que precisa ser pensado com antecedência para viajar sem preocupações depois.

É importante se preparar também, física e mentalmente, para aproveitar todos os passeios ao máximo. Separar as roupas adequadas para o clima da viagem, além de remédios que usa de forma contínua. Se for viajar com acompanhante ou quiser pedir assistência especial, não deixe de entrar em contato com a empresa (avião ou ônibus) com antecedência.

O turismo acessível vai muito além da acessibilidade em si, é uma forma de viajar com mais qualidade e de transformar todos os momentos em experiências únicas. O acesso a atrações turísticas contribui para a inclusão social e oferece a pessoas com necessidades especiais a oportunidade de vivenciar novos lugares e criar memórias inesquecíveis.

Que tal compartilhar essas dicas nas redes sociais com outras pessoas que viajam como você? Assim, eu e você vamos ajudar a fomentar ainda mais viagens de inclusão.

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