As férias ou aquele feriado prolongado finalmente chegaram. Conhecer lugares novos é uma das melhores coisas do mundo. Voltamos renovados, com várias experiências aprendidas e queremos guardar cada recordação do passeio que fizemos. Seja para explorar novas culturas, revisitar os lugares que mais gostamos, reencontrar amigos ou a família que vive longe; sempre existe uma razão pela qual uma viagem fica marcada para sempre em nossa memória. Esse sentimento fica eternizado em dezenas de fotos e vídeos que produzimos ao longo da viagem. São eles que nos permitem prolongar e compartilhar nossas vivências com amigos e a família.
A palavra fotografia vem do grego “fós” (luz) e “grafis” (estilo/pincel) e significa desenhar com luz e contraste. Uma arte que começou há centenas de anos, utilizando a câmera escura: uma caixa com um buraco em uma de suas faces, que forma uma imagem invertida de um objeto quando este reflete a luz que entra pelo orifício. Há relatos que Leonardo da Vinci, no século XVI, já usufruía desta técnica.
O primeiro a comprovadamente conseguir estagnar uma imagem produzida pela ação da luz foi o francês Joseph Nicéphore Niépce, em 1826. À época, ele usou uma placa de estanho coberta com Betume da Judéia (um derivado de petróleo fotossensível) e precisou de oito horas de exposição à luz solar para que a fotografia finalmente acontecesse. Entretanto, foi Louis Jacques Mandé Daguerre, em 1837 quem aprimorou e popularizou o método. Daguerre viabilizou a comercialização de daguerreótipos – os primórdios das máquinas fotográficas – e possibilitou que as pessoas pudessem capturar seus momentos.
Desde então, muita coisa mudou!
Os avanços tecnológicos, a chegada da era digital, a multiplicação das mídias e a internet impactaram diretamente na forma como as pessoas enxergam o mundo e, principalmente, como registram o que veem. Além das máquinas estarem bem menores, são os smartphones e seus avançados recursos fotográficos que fazem a fotografia ser um hobby cada vez mais praticado por todos.
Entretanto, na ânsia de registrar cada detalhe daquele lugar sensacional, é bom lembrar que a fotografia não é só apertar um botão. Ela envolve técnica e conhecimento dos recursos da câmera ou smartphone de forma eficiente (saber fazer) e eficaz (fazer bem feito); paciência para esperar que aquela luz se acenda ou que um pedestre saia da frente da paisagem; e feeling para perceber que aquele é o momento ideal para a foto inesquecível.
Como fazer a foto perfeita
Tirar fotos ou selfies de boa qualidade requer treino – e muitas tentativas. Dificilmente se consegue a imagem perfeita logo no primeiro clique. Também tenha em mente que o melhor equipamento é você e sua sensibilidade. Independentemente se estiver usando um celular ou uma câmera profissional, é preciso usar a criatividade e imprimir sua personalidade na foto. É isso que vai tornar aquele clique diferente, especial e campeão de likes.
Então, lembre-se de primeiro olhar, observar e sentir o cenário à sua volta. Atente-se aos detalhes. Eles dão aquele toque único. Explore tudo ao seu redor e capture tudo o que vê. Busque inspiração a sua volta. Uma perspectiva diferente pode proporcionar uma foto completamente nova. É isso que, mais tarde, vai ajudar a dar sentido ao registro.
Iluminação é tudo! Não adianta ter a melhor câmera do mundo ou o smartphone mais poderoso se a luz não for boa. Sempre que puder, esqueça o flash e opte pela luz natural. Veja de onde a fonte de luz está vindo e como ela se comporta. Não precisa estar necessariamente incidindo diretamente no objeto, mas é importante como ela o ilumina. Fotos em contraluz – quando a fonte de luz está atrás da pessoa ou do objeto – também podem ser interessantes, dependendo do propósito.
Quando for fotografar, procure referências que deem dimensão às suas fotos. Um barco, uma pessoa ou árvores compõem a imagem e passam a sensação de grandiosidade. Fotografar do alto, por exemplo no topo de um edifício, além de uma vista espetacular proporciona efeitos maravilhosos! Sempre segure o equipamento fotográfico com as duas mãos para a imagem não sair tremida. Preste atenção ao foco e opte por fotos na horizontal, que dão um ar mais profissional que as feitas na vertical. Verifique as configurações do celular. Muitos deles permitem ajustar a qualidade da imagem.
Mais que paisagens monumentais, viagens também proporcionam experiências gastronômicas incríveis. Para esse tipo de foto, abuse do modo macro nas câmeras automáticas, cuide da iluminação – desligue o flash – e dê zoom nos detalhes. Isso torna a foto mais “saborosa”. O ângulo faz diferença. Saladas e frios ficam melhores fotografados de cima, já uma foto de lado dos sanduíches e carnes mostram toda aquela suculência que dá água na boca.
As selfies dominam as redes sociais. E se você adora esse tipo de foto, saiba que para conseguir uma ideal é preciso fazer várias, comparar, analisar e repetir tudo de novo até entender como explorar seus melhores ângulos. Tente evitar fotos de baixo para cima, pois o resultado pode dar a impressão de desproporcionalidade. Levantar um pouco o queixo e inclinar levemente o rosto também pode fazer a diferença no resultado. Tente poses inusitadas, não centralizadas, escolha um fundo legal e fique no canto da imagem. Vá testando as possibilidades até encontrar a que mais agrade. Não use o zoom do celular, esse recurso geralmente deixa a imagem sem nitidez.
Mas lembre-se: uma viagem não se resume a uma foto. É preciso aproveitar o máximo da experiência, independente daquele post para o Instagram. Ou seja, curta o passeio de verdade e não somente olhando as fotos depois.
Organizando as memórias
A facilidade de produzir arquivos digitais é indiscutível. Mas você já parou para pensar o que faz com elas? Antigamente, éramos obrigados a revelar a foto para ver o resultado da imagem. E com isso, pensávamos qual momento queríamos gravar, porque eles iriam para um álbum e estariam sempre à mão para uma recordação no futuro.
Atualmente, fazemos vários registros da mesma situação, só para garantir o foco perfeito, a iluminação apropriada, a pose correta. Produzimos um volume tão grande de imagens que acaba servindo somente para consumir o espaço de armazenamento dos dispositivos. Fotos soltas, sem nenhuma ordem, desestimulam seu proprietário a olhar novamente ou mostrar aos amigos os detalhes legais da viagem.
Pois é, essa demanda fez surgir uma nova e utilíssima profissão: o Personal Photo Organizer, especializado em organizar, preservar, compartilhar e materializar memórias afetivas.
Para ajudar a descomplicar sua vida e trazer de volta o prazer de ver suas fotografias novamente, a revista Temporada Montreal convidou as Photo Organizers brasilienses Adriana Baltar e Melissa Albuquerque, especialistas em otimização de espaços físicos e digitais, para dar dicas de organização do acervo fotográfico. Confira as sugestões das profissionais:
– Antes de viajar, habilite um serviço de nuvem, como iCloud, OneDrive e Google Fotos, para sincronizar suas fotos. Isso vai garantir, caso algum incidente aconteça, que você não perca as fotos já tiradas.
– Faça uma edição prévia nas horas livres. Ter a disciplina para deletar itens desnecessários ainda durante a viagem já irá diminuir, e muito, o problema de lidar com o alto volume de fotos. Fotos borradas, similares e sem sentido não precisam ocupar espaço em seu aparelho. Livre-se delas sempre que possível.
– Instale programas que fazem uma varredura dos arquivos duplicados ou similares, como o Remo Duplicate Photos Remover para IOS e o Duplicate Photo Fixer para Android, ambos com versões gratuitas. No computador, experimente o Awesome Duplicate Photo Finder para Windows e o Gemini II, para Mac.
– Sites como Flipsnack, Nicephotos, Fotoregistro, Dreambooks e Phooto disponibilizam programas para personalizar álbuns digitais, sem necessidade de conhecimento de diagramação e composição, com sugestões variadas de layout. Ainda há a opção de criar um photobook impresso. Nesse caso, os preços variam de acordo com o número de fotos. Para aqueles mais familiarizados com tecnologia, o Canva é uma boa opção para montar e customizar álbuns de fotos online.
– Monte álbuns tradicionais, photobooks ou um scrapbook, com suas fotos preferidas. Elas também podem ser expostas em porta retratos digitais, onde alguns até oferecem efeitos na exibição de fotos e vídeos, além de funções de calendário, relógio e alarme.
– Escolha álbuns em lojas especializadas, que seguem as normas de conservação adequadas tanto para as novas impressões quanto para as fotos antigas, resultado de processos químicos. Assim, suas fotos não irão desaparecer depois de um tempo.
– Para formar os álbuns, separe as fotos por temas: viagens, festas, membros da família…. Para isso reserve tempo, disposição e curta cada momento. Depois de catalogados, coloque-os em caixas organizadoras. Isso evita a poeira e conserva mais os álbuns.
– Por fim, você pode se render e padronizar o seu acervo, digitalizando e passando para a nuvem todas as fotografias que ainda ocupam espaços físicos na sua casa!
Como escolher o seu equipamento
O olhar é seu, mas o equipamento pode ajudar, e muito, a obter o resultado tão ansiado! A escolha vai depender da sua necessidade, nível de conhecimento técnico e orçamento, é claro. Para ajudar, listamos aqui alguns deles que podem ser encontrados no mercado.
– Câmeras de Ação, como GoPro, Sony e Xiaomi, desenvolvidas para atletas e aventureiros. São equipamentos pequenos e perfeitos para serem acoplados em capacetes, drones, estabilizadores e outros, alcançando lugares inacessíveis às outras câmeras.
– Câmeras instantâneas voltaram com tudo! Com os novos modelos, seu clique é impresso instantaneamente e revelado em cerca de cinco minutos. As fotos impressas são do tamanho de um cartão de crédito e contam como ajuste de foco e luminosidade, dependendo do modelo escolhido.
– Câmeras DSLR (Digital Single Lens Reflex) usadas por profissionais. Maiores, mais caras e cheias de recursos que permitem customização. Dependendo da ocasião, é possível trocar as lentes – são várias disponíveis – de acordo com a iluminação, brilho e ângulo de visão. São ideais para soltar a criatividade, mas requerem conhecimento técnico. Nessa mesma categoria DSLR, estão as híbridas Mirrorless, que podem ser consideradas uma versão mais portátil e mais barata, perfeita para quem não é tão leigo e busca um bom custo-benefício. Baseado na opinião de seus seguidores, o site de pesquisas The Top Tens definiu Canon, Nikon, Sony, Olympus e Pentax como as melhores marcas de câmeras, em 2019.
– Câmeras do celular, que apesar de ficarem para trás das DSRL em qualidade de imagem, a cada ano surgem com mais sensores, lentes novas e bem melhores. Pesquise e analise pontos como a resolução – quantidade de megapixels ideal é superior a 8 – abertura da lente, software e recursos adicionais. Não esqueça de observar a qualidade geral do processador do smartphone, pois não adianta nada o aparelho ter uma câmera top se o sistema operacional trava o tempo todo.
(Fonte: www.geek360.com.br)
Para você se inspirar a aventurar-se nesse mundo da fotografia, fomos atrás do badalado fotógrafo brasiliense André Kazuo. O jovem de 29 anos é um dos destaques da nova geração de profissionais da fotografia publicitária no mercado brasileiro.
Para quem está começando a fotografar, André Kazuo ensina alguns truques para que a foto tenha aquele toque profissional:
– Usar a regra dos terços ajuda na composição e captação e produz uma imagem visualmente mais equilibrada e interessante. Imagine a imagem dividida em nove partes iguais, formando quatro pontos de intersecção no meio, como se fosse um jogo da velha. Se você for registrar uma paisagem, por exemplo, pode escolher se vai dar mais destaque ao céu ou à terra. Tanto os smartphones quanto as câmeras têm a opção de incluir no visor uma grade virtual que ajuda bastante na visualização dessa regra.
– Todo mundo tem um ângulo mais favorável, mais “fotografável”. Ter essa autopercepção pode ajudar a produzir fotos que até surpreendem a própria pessoa.
– Vai fotografar alguém? Nada de fotos rígidas, tipo totem! É preciso deixar a pessoa à vontade, descontraída. Tente criar uma situação de ação na foto como dar pulos ou dançar. Interagir de alguma maneira com o ambiente ou com outra pessoa também produz imagens mais interessantes.
– Os horários de ouro para fotografar ao ar livre são o amanhecer e pouco antes do pôr do sol, momentos em que a luz é perfeita. Evite o período entre 10h e 15h, quando ela é mais “dura”.
– Também é importante manter limpas as lentes das câmeras e smartphones!
E então, gostou das nossas dicas?