A jornada é longa: quase 20 horas de viagem e um fuso horário de 15 horas à frente do Brasil. Mas isso não é problema e muito menos motivo para não visitar a Nova Zelândia. Formado por duas grandes ilhas principais – Norte e Sul –, o destino tem paisagens e atrações que vão desde vulcões ativos, montanhas, geleiras, florestas, lagos, cachoeiras e praias. Cidades modernas e o povo simpático e hospitaleiro completam esse lugar exótico, cada vez mais procurado por turistas, aventureiros, mochileiros e intercambistas do mundo inteiro.
Na Ilha Norte, Auckland, a maior cidade da Nova Zelândia, está localizada em uma região cheia de gêiseres e vulcões extintos ou dormentes. É uma metrópole vibrante, que oferece muitas opções de lojas, bares e restaurantes em seu badalado centro urbano. De lá, vale ir a Hobbiton, cenário das trilogias O Senhor dos Anéis e O Hobbit, ou pegar a balsa e seguir a rota até a ilha vulcânica de Rangitoto, para observar golfinhos e baleias. Nos também estão algumas das mais belas praias neozelandesas, como Cathedral Cove ou Hahei Beach, com mar de águas transparentes e areia branca. Não deixe de ir também à Hot Water Beach, onde um fenômeno natural faz água quente brotar da areia.
Para vivenciar a cultura maori, vá para Rotorua, distante cerca de duas horas de Auckland. Na vila Ohinemutu, que fica dentro da cidade, é possível visitar um templo e algumas tradicionais marae – casas esculpidas, com paredes que mostram uma belíssima arte entalhada em madeira e onde ocorrem os eventos mais importantes da tribo. Já em Te Puia, Mitai Village ou Tamaki Village, a melhor pedida é assistir a uma exibição da haka, tradicional dança de guerra maori, usada tanto para dar boas-vindas aos visitantes quanto para intimidar os inimigos.
Quer mergulhar ainda mais na cultura local? Que tal se render às famosas tatuagens “tā moko”? Admiradas no mundo todo, são caracterizadas por desenhos geométricos e tribais, que refletem a ancestralidade da pessoa. Os traços simbolizam as crenças, os mitos, sentimentos ou atributos da personalidade. Conte sua história ao especialista em tatuagem e volte para casa com um desenho único, representando o seu momento de vida.
Finalize a parte norte com uma visita a Wellington, a Capital, repleta de museus e galerias de arte, como a premiada Te Papa Museum, e as belíssimas City and Sea Wellington Museum e Wellington City Gallery.
Esporte nacional dos neozelandeses, o bungee jump (bungy jumping, como escrevem e pronunciam os locais), tem em Queenstown, na Ilha do Sul, seus pontos mais famosos, como o abismo de 43m de altura na ponte de Kawarau, local pioneiro do esporte, ou a plataforma de Nevis, um salto de 134m – o mais alto do país – acima do acidentado Rio Nevis. Com 8,5 segundos de queda, a arremetida até o chão requer determinação. Tem coragem? Então peça a um consultor Montreal para incluir as reservas antecipadas no planejamento de sua viagem, pois a atividade é muito popular.
Depois das aventuras, é hora de conhecer a culinária neozelandesa, com destaque para o hangi, uma iguaria maori que combina carnes e vegetais cozidos em um forno cavado na terra para aproveitar o calor dos vulcões. Os ingredientes das comidas típicas vão de queijos e carne de cordeiro a frutos do mar, como os mexilhões-de-lábios-verdes, ostras, lagostins e abalones, uma espécie de molusco servido moído e empanado. Se tiver tempo, vale pensar em um roteiro para conhecer algumas das mais de 675 vinícolas espalhadas por 15 regiões vitivinícolas diferentes.
QUER ECONOMIZAR? ENTÃO É BOM SABER QUE…
Como o país é pequeno, as distâncias são muito curtas e as estradas excelentes. Alugar um carro, comprar comida nos mercados locais e ir parando para conhecer os lugares pode ser uma ótima opção para economizar, além de significar muito mais liberdade para escolher seus roteiros. E não precisa se preocupar com segurança: o país só fica atrás da Islândia no Global Peace Index, estudo anual realizado pelo Instituto de Economia e Paz (IEP), que aponta os lugares mais pacíficos do mundo.
Usar o ferry boat para fazer a travessia entre as ilhas também pode ser uma escolha barata. A viagem é feita em cerca de três horas, e não há quem não se encante ao chegar às margens entrecortadas de Marlborough Sounds, na Ilha Sul. Vale também adquirir passes para os ônibus que passam por todos os pontos de interesse, e os passageiros podem subir ou descer em qualquer parada. Os dois principais serviços desse tipo de transporte são as empresas Intercity e Naked Bus, com tarifas a partir de NZ$10.
E, por fim, evite viajar na alta temporada – nesse caso, o verão –, quando a demanda eleva os preços das atrações. Prefira ir na primavera ou no outono. Lembre-se: a Nova Zelândia está no hemisfério sul, então as estações do ano são as mesmas do Brasil.
Está pronto para essa aventura? Então agora só falta aprender o cumprimento local maori – Kia Ora! (esteja bem!)
CURIOSIDADES
– A Nova Zelândia tem dois idiomas oficiais: o inglês e o maori (Te Reo Maori).
– Não estranhe: os maoris se cumprimentam encostando os narizes e testas. É o hongi, que significa que eles entendem a alma um do outro.
– O kiwi é uma ave nativa que não consegue voar. Os neozelandeses se referem a si mesmos como “kiwis”.
– No idioma maori, o nome da Nova Zelândia é Aotearoa, a “Terra da Grande Nuvem Branca”.
– Evite fotografar nas galerias maori dos museus, pois em sua cultura eles acreditam que a câmera tira o sagrado dos objetos.